Reforma da Previdência de Macron é aprovada pelo Senado francês, mas greves e protestos continuam

O Senado francês aprovou no sábado (11) a polêmica reforma da Previdência proposta pelo governo de Emmanuel Macron por 195 votos a 112. Agora, o projeto passará por revisão em um comitê com integrantes das câmaras Alta e Baixa do Parlamento francês antes de ir novamente ao plenário das duas casas em votações previstas para quinta-feira (16). Caso seja aprovado, o projeto se tornará lei. A resistência popular ao texto, que levou centenas de milhares de pessoas às ruas em protesto nas últimas semanas, parece ter perdido parte da força com o passar do tempo.

Os protestos contra a reforma reuniram 368 mil pessoas no sábado, menos do que os 440 mil que participaram dos atos em 16 de fevereiro. A reforma propõe aumentar a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e estabelecer que, a partir de 2027, serão necessários 43 anos de contribuição para receber o valor integral da aposentadoria – um ano a mais do que atualmente. A maioria das pessoas entrevistadas pela agência de notícias AFP no domingo expressou apoio ao movimento da greve, que continuou após a aprovação da reforma.

Garis da capital francesa também seguem em greve, e as ruas da cidade estão lotadas de sacos de lixo. Segundo a prefeitura, 5.400 toneladas de resíduos não foram recolhidas na última semana. Três centrais de incineração em Paris estão paradas em protesto ao projeto do governo. Atualmente, garis e motoristas de caminhões de lixo podem se aposentar aos 57 anos sem bonificações, e a reforma aumentaria a idade mínima de aposentadoria para 59 anos. O sindicato da categoria argumenta que funcionários do departamento de gestão de lixo e de águas têm expectativa de vida de 12 a 17 anos inferiores que a média.

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