A Petrobras decidiu seguir em frente com a venda de ativos, mesmo após o pedido do Ministério de Minas e Energia para suspender o processo de venda por 90 dias para uma reavaliação da Política Energética Nacional. A decisão foi tomada após a diretoria executiva da estatal avaliar que não há motivos para interromper a venda de ativos com contratos já assinados, segundo informações da própria companhia.
No entanto, a decisão não é definitiva e o assunto deve ser discutido na próxima reunião do Conselho de Administração da empresa, que acontece no dia 29 deste mês. A Petrobras informou ainda que os processos em que ainda não houve a assinatura de contratos seguirão em análise.
A suspensão dos processos de venda de ativos por 90 dias gerou críticas de empresas que estavam com o processo de compra de ativos em fase avançada, como a 3R, Seacrest, BW Energy e PetroReconcavo, além de ter pegado parte do mercado de surpresa. Dentre os ativos em questão estão campos de petróleo em terra, em mar e refinarias.
A reportagem publicada pelo jornal O Globo na última segunda-feira mostrou o crescimento das petroleiras independentes no país, que exploram áreas que não são mais consideradas atraentes para uma empresa do porte da Petrobras, mas que representam uma oportunidade de negócio para o setor privado. Estas empresas têm R$ 40 bilhões em investimentos mapeados até 2029, e a mudança abrupta na política de alienação de ativos poderia colocar em risco esse volume de aportes.
Enquanto isso, as petroleiras comemoram a decisão da Petrobras de seguir adiante com a venda de ativos. A 3R informou que a estatal “ratificou a continuidade do processo de transição do Polo Potiguar (no Rio Grande do Norte)”, enquanto a Seacrest afirmou ter recebido um comunicado da estatal para reiniciar os encontros de transição em razão da compra do Polo Norte Capixaba, no Espírito Santo. Os dois polos são considerados essenciais para o desenvolvimento regional, pois contam com infraestrutura associada como dutos e até uma refinaria (no caso do Rio Grande do Norte).
A venda de ativos da Petrobras tem sido alvo de críticas e preocupações de diferentes setores, com receio de que a empresa possa acabar abrindo mão de áreas estratégicas para o desenvolvimento do país. Entretanto, a estatal tem buscado se desfazer de ativos que considera não estratégicos, visando se concentrar em suas atividades principais.
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