segunda-feira, 20 de março de 2023

Nova Zelândia registra queda no PIB e pode estar a seis meses de uma recessão

A Nova Zelândia enfrenta declínio em sua economia, com o PIB registrando uma queda no último trimestre de 2022, levanta preocupações sobre uma possível recessão. A queda no PIB foi de 0,6%, após um aumento de 1,7% no trimestre anterior. Esse resultado foi maior do que o previsto pelos principais bancos da Nova Zelândia. Apesar da economia estar em contração, o desemprego permanece em níveis históricos baixos, em torno de 3,3%, enquanto o PIB anual ainda apresenta um crescimento de 2,4%.

O ministro das Finanças, Grant Robertson, comentou sobre a situação econômica do país, afirmando que “2023 sempre seria um ano desafiador. A economia global é volátil e ainda está se recuperando dos impactos da Covid. Embora o PIB possa sofrer variações à medida que continuamos a nos recuperar da pandemia, nossa economia é quase 6,7% maior do que antes do início da crise, à frente da maioria dos países com os quais nos comparamos”.

A queda no PIB da Nova Zelândia superou as previsões do banco central e dos principais bancos privados. Se a tendência continuar, com o segundo trimestre de 2023 registrando uma queda, o país pode estar a seis meses de uma recessão, o que requer dois trimestres consecutivos com crescimento negativo no PIB.

Desde o final de 2022, o banco central vem tomando medidas para suavizar a recessão em resposta às altas taxas de inflação, aumentando a taxa oficial de juros para tornar o empréstimo mais caro na tentativa de controlar os gastos das famílias. No entanto, o encolhimento do PIB neste trimestre ocorreu seis meses antes do que o banco central havia previsto, esperando um leve crescimento econômico neste trimestre, seguido por nove meses de recessão na segunda metade do ano.

O economista do Conselho de Sindicatos da Nova Zelândia, Craig Renney, recomendou cautela com relação a novos aumentos na taxa de juros do banco central, já que o crescimento está diminuindo mais rapidamente do que o previsto e novos aumentos podem causar dor econômica desnecessária para os trabalhadores.

Com a atividade em declínio na indústria de manufatura, com uma queda de 1,9%, e nove das 16 indústrias rastreadas pelo Stats NZ apresentando queda, a economia da Nova Zelândia enfrenta um cenário desafiador. A porta-voz financeira da oposição, Nicola Willis, disse que os números indicam uma “economia estagnada” e “mais más notícias para os neozelandeses que já lutam contra a inflação alta e as taxas de juros em rápida ascensão”.

 

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