Nesta semana, o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que está prestes a completar uma década no poder, iniciou uma grande operação para combater a corrupção na PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana. A operação já resultou na prisão de pelo menos 19 pessoas, entre as quais militares, juízes e integrantes da elite burocrática chavista. Além disso, o ministro da Energia, Tareck Aissami, renunciou ao cargo. Especialistas apontam que essa operação expõe uma divisão interna no chavismo, com duas facções disputando o poder.
Aissami, que é acusado de narcotráfico pelos Estados Unidos e tem uma recompensa de US$ 10 milhões por sua captura, ganhou o apoio de Maduro após a imposição de sanções econômicas pelo governo Trump. Devido às sanções, a PDVSA, sob a liderança do ministro da Energia, teve de buscar intermediários em outros países para exportar petróleo e adquirir bens e alimentos. Aissami intermediou contatos no Irã e na Turquia, e foi nesses contratos que uma auditoria interna encontrou um rombo financeiro de US$ 21,2 bilhões, que datam, em sua maioria, do período entre 2020 e 2022.
Conforme publicado pelo Financial Times, segundo Francisco Monaldi, da Universidade de Rice, a corrupção na PDVSA corresponde a 1/3 da venda de petróleo do país. No entanto, as investigações são seletivas e têm como objetivo eliminar rivais políticos. A proximidade das eleições de 2024 também pode ter influenciado a disputa interna, já que Maduro precisa de recursos para revitalizar a economia e garantir votos. Nicholas Watson, analista de risco político da consultoria Teneo Holdings, reitera esse ponto.
A crise energética provocada pela guerra na Ucrânia fez com que EUA e União Europeia retomassem negociações com os chavistas. Em 2022, a Chevron voltou a operar na Venezuela e o governo venezuelano libertou americanos detidos no país. A Casa Branca busca sinais de que eleições justas serão realizadas em 2024, e mudanças políticas recentes na América do Sul também indicam que Maduro pode sair do isolamento.
A divisão no chavismo tem um impacto significativo sobre Maduro, já que ele não é um chavista originário e chegou ao poder por meio de sua esposa, Cilia Flores. A cisão pode enfraquecer sua posição diante da ala militar do chavismo e comprometer a estabilidade do governo. Segundo o especialista venezuelano em petróleo José Toro Hardy, os chavistas sempre se uniram diante de rivalidades, mas isso parece ter mudado, colocando em risco a permanência de Maduro no poder.
Ranking das reservas de petróleo
A Venezuela lidera o mundo em reservas de petróleo, com impressionantes 303,8 bilhões de barris sob sua superfície. A Arábia Saudita ocupa a segunda posição, com 267,5 bilhões de barris, seguida pelo Canadá, com 168,1 bilhões. O Irã está em quarto lugar, com 157,8 bilhões de barris, enquanto o Iraque ocupa a quinta posição, com 145 bilhões. A Rússia é a sexta, com 107,8 bilhões de barris, e o Kuwait é o sétimo, com 101,5 bilhões. Os Emirados Árabes Unidos estão em oitavo lugar, com 97,8 bilhões, os Estados Unidos em nono, com 68,8 bilhões, e a Líbia completa o top 10, com 48,4 bilhões de barris de reservas de petróleo. O Brasil ocupa a 16ª posição no ranking, com 11,9 bilhões de barris.
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