Muito tem se falado ao longo dos últimos anos sobre agricultura de precisão. Porém, seu maior desafio está em direcionar e interpretar melhor a realidade do produtor com relação ao processamento de dados e informações coletadas no campo.
Dando um passo para trás, é importante relembrar que em 2012, fora instituído no Ministério da Agricultura, a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP). A técnica foi definida como “um sistema de gerenciamento agrícola baseada na variação espacial e temporal da unidade produtiva e visa o aumento de retorno econômico, à sustentabilidade e a minimização dos efeitos ao ambiente”. Com essa facilidade e agilidade no processamento de informação, o produtor passou a ter como maior aliado o melhor gerenciamento dos custos produtivos, tal como, ter uma melhor visibilidade de expectativa produtiva, relacionada aos ganhos de produção. Isso prova que estamos avançando, mesmo que não tão rápido como gostaríamos ou como o mercado pede.
A agricultura de precisão envolve diversas premissas, dentre elas temos o monitoramento e coleta de informações pertinentes para avaliação de um fator da produtividade. Com isso, podemos citar a correção dos solos e adubação, onde, faz-se análises químicas e físicas das áreas para melhor entendimento da disponibilidade de nutrientes, considerando as dinâmicas do solo e de cada nutriente em questão.
Além disso, as coletas possibilitam o desenvolvimento de mapeamento e gerenciamento das necessidades para melhor orientar as execuções das atividades pelo produtor. Tais práticas podem condicionar um desenvolvimento vegetativo propício na busca principal de melhorar e aumentar as questões produtivas, no que se diz respeito da produtividade, produção por área, qualidade do produto final, além de também proporcionar melhor custo de produção com uso consciente e sustentável dos recursos empregados na agricultura, como por exemplo, dos adubos sólidos.
O retorno econômico, portanto, depende de cada lavoura e dos processos de cada produtor. Em caso de amostragem de solo, a qualidade do mapa depende da operação de retirada da amostra e da qualidade da análise, pois esse método é o convencional, mas está ligado também à quantidade de amostras. As formas mais comuns no Brasil, parecem ser por meio de amostragem em grade realizada por empresas prestadoras de serviço e mapas de produtividade, ou colheita, obtidos por meio de equipamentos de coleta.
A realização de amostras pode ser compreendida a partir da separação do espaço total em glebas de até 20 hectares, onde, quanto menor for feito, maior é a precisão em relação à variação dos fatores dentro do espaço escolhido. Ou seja, em glebas menores, é maior a precisão de informações de cada local. No entanto, os custos desse processo serão relativamente proporcionais ao número de amostras. Quanto mais amostras, maior o custo de mão de obra para execução e de análise laboratorial.
Os mapas de produtividade, de condutividade elétrica dos solos, imagens aéreas (derivadas de sensoriamento remoto e uso de Drones/VANTS), topografia (paisagem) com pedologia refinada pode chegar a uma continuidade de leitura das informações. Essas medidas indicam, indiretamente, como ocorre a variabilidade de lavoura.
Com os levantamentos, avaliação e análise dos dados coletados, o produtor rural poderá utilizar, por meio destes artifícios e resultados, uma tomada de decisão que proporcionará melhor e racional uso dos recursos empregados. Assim, pode garantir uma possível redução dos custos produtivos, além de otimizar todo o uso desses produtos pelas plantas, ocasionando menores perdas para o ambiente.
*Opinião – Artigo Por Vinícius Vitturi, engenheiro agrônomo e consultor técnico na MP Agro.
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