Os investimentos no mercado de startups no Japão vêm em uma linha crescente nos últimos anos. Há naquele país pouco mais de 10 mil startups. Em 2014, os aportes totalizaram US$ 10,3 bilhões, número que saltou para US$ 11,43 bilhões em 2015. Em 2019 foram investidos US$ 25,38 bilhões, como aponta a Venture Enterprise Center, do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão.
Agora, as startups japonesas, que já vinham até em um movimento tímido para desbravar o mercado brasileiro, especialmente com a ajuda da JETRO São Paulo, têm uma excelente oportunidade de conquistar espaço e parceiros no país por meio do ScaleUp in Brazil (SUIB), programa criado em 2019 como uma plataforma de softlanding fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e a Israel Trade and Investment.
Este ano é a primeira vez que o Japão participa do programa, a exemplo de Singapura. Nas edições anteriores, apenas companhias de Israel foram convidadas. Ao todo, 107 startups fizeram a inscrição nessa edição do programa e 35 (15 japonesas, 15 israelenses e 5 singapurenses) foram selecionadas de acordo com quatro critérios: equipe, grau de inovação, marketing fit e maturidade. Três delas receberam a nota mais alta durante o processo de avaliação: Corsight AI (Israel), Graymatics (Singapura) e Sagri Co., Ltd (Japão).
A Sagri Co., Ltd é uma agritech que recolhe dados como os índices de química do solo e propõe a alocação ideal de fertilizantes aos agricultores, reduzindo os gases de efeito estufa derivados de fertilizantes químicos. “Nós na Sagri estamos muito felizes em participar desse programa. Esperamos poder entrar no Brasil com o apoio da equipe SUIB. No programa, gostaríamos de ter uma compreensão clara e correta do mercado brasileiro e então encontrar um parceiro ideal para entrarmos no país”, aponta o head de Negócios Internacionais, Satoshi Nagata.
Oportunidades
Com a seleção de 15 companhias, a JETRO espera que as startups japonesas possam voltar os seus olhos ao Brasil, especialmente porque por questões logísticas e culturais as atenções muitas vezes estão restritas ao Sudeste Asiático. “O Japão e o Brasil são grandes parceiros comerciais, mas as relações nessa área de inovação são tímidas. Nosso papel é diminuir essa lacuna, pois sentimos que há um grande potencial para o incremento de novos negócios”, diz Hiroshi Hara, diretor-presidente da JETRO no Brasil.
Boa parte das startups japonesas selecionadas para a primeira fase do programa, que ocorre entre 26 de julho e 9 de setembro, é da área de energia, tecnologia limpa, agritech, fintech e healtech. São setores em que o próprio Hara já havia sinalizado como sendo de grande interesse dos japoneses. “O ScaleUp in Brazil será importante para que as companhias dos dois países possam fomentar parcerias. O mercado brasileiro de startups é maduro e com muita inovação”, afirma.
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