A popularização do seguro de vida ainda é um desafio no Brasil: o segmento responde por apenas 2% do PIB, ante 4% da média mundial. Falta de conhecimento sobre o produto, sensação de que não cabe no bolso ou de burocracia no processo de contratação são alguns dos fatores citados por Patrícia Chacon, CEO da Liberty Seguros, como barreiras para que o setor de fato avance. De olho em prestar a própria contribuição para desmistificar esse segmento — e garantir mais vendas — a companhia lançou recentemente a plataforma Meu Momento de Vida: um site em que é possível inserir informações pessoais e ter acesso rápido aos preços mais adequados para cada tipo de situação. Mesmo com a adoção recente, os resultados já apareceram: a ferramenta permitiu aos 20 mil corretores no Brasil aumentarem, em média, as vendas do seguro de vida em 30%.
“A personalização é muito importante. Em um momento no qual as pessoas têm acesso às recomendações feitas para você feita pelos streamings e pela Amazon, por exemplo, não faz sentido querer que elas tenham uma experiência diferente ao contratar um seguro. Isso pode ajudar os clientes a entenderem que é um produto feito para eles também”, diz Chacon.
O produto atual é resultado do investimento contínuo da companhia em tecnologia. A Liberty investe desde 2014 na frente digital (pesquisa e desenvolvimento) e já fez algumas mudanças relevantes de lá para cá. A principal delas é a criação do laboratório de inovação, o Solaria. Este é o laboratório global de inovação da Liberty Mutual e conta com equipes distribuídas em três localidades: Boston, São Paulo e Singapura. Ao todo, o Solaria conta com mais de 100 colaboradores.
Hoje, a divisão brasileira desse centro de pesquisa e desenvolvimento é a encarregada de trazer inovação para a seguradora no país, para a Europa e Ásia. “O Brasil é um celeiro de inovação para nós. Estamos tentando trazer perto da companhia tudo que é programa de inovação, de olho em fazer uma empresa de 110 anos ganhar mais ritmo”, diz Chacon.
As mudanças visam tanto o ganho de produtividade dentro da empresa quanto o desenvolvimento de novos produtos. Em um cenário de inflação alta e dinheiro mais caro, ganhos em qualquer um dos lados já são bastante significativos. A companhia tem conquistado avanços relevantes em ambas as pontas.
Para garantir que a inovação vá no caminho certo, a companhia faz mais de 80 mil pesquisas por ano com consumidores e corretores a respeito da experiência de compra. O objetivo, segundo a executiva, é encontrar desde novas oportunidades de negócio até erros na jornada de compra atual.
Questionada a respeito do avanço das insurtechs no Brasil, Chacon ressalta que um diferencial da companhia é o volume de dados que tem. ‘As startups têm um sentimento muito forte de inovação, de disrupção, mas uma vantagem competitiva de uma empresa centenária, nesse processo de digitalização, é a quantidade de informações que temos para criar modelos e testar hipóteses’, diz a executiva.
Resultados conquistados
Do lado de dentro, o call center da companhia foi aperfeiçoado nos últimos anos e os colaboradores contam com app, além do desenvolvimento de uma nova plataforma de vendas aos corretores e as constantes atualizações dela. A companhia também promove o ‘digital day’, que conta com palestras a respeito do tema dentro da companhia e apresenta ferramentas capazes de deixar a jornada do dia a dia mais fluida.
Da porta para fora, o digital tem feito a Liberty avançar no relacionamento com o cliente, especialmente no pós-venda. A cobrança é feita de forma digital e há a possibilidade de avisar sinistros de maneira digital também, a exemplo do que outras seguradoras têm criado no Brasil. A companhia não destaca parcerias com startups para desenvolver novas iniciativas no futuro, segundo a executiva.
Na ponta de produtos, uma das frentes desse investimento digital é fazer a companhia atrair a população que não tem seguro para contratar uma apólice. Precedente positivo para isso já existe, em outro segmento. Dentro da contratação de seguro auto — segmento em que a companhia é a quarta maior do país —, o investimento em tecnologia e cuidadoso monitoramento de dados permitiu à companhia criar mais produtos para esse tipo de cobertura, chegando ao limite do mais barato com a linha Aliro. Mais enxuta, para clientes que têm um orçamento restrito, a linha cresce impulsionada principalmente por um público que nunca havia contratado seguro. Hoje, 60% dos clientes da Aliro são formados por esse grupo.
“O seguro auto é onde somos mais fortes no Brasil e continuará sendo nosso foco. Mas, isso não nos impede de identificar oportunidades em outros segmentos e crescermos ainda mais no país”, diz Chacon. No ano passado, a Liberty faturou R$ 4 bilhões no país — e quer mostrar que tem fôlego para mais.
Fonte: SindsegSP
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