*Coluna por Edilson Botto, 22/05/2022
Talvez você esteja achando que esta é uma pergunta sem propósito e a respondeu com um alto e sonoro: claro! Mas calma amigo leitor, eu peço que você segure o seu entusiasmo e antes de cravar a resposta leia o livro Capitalismo: modo de usar, escrito pelo economista Fábio Giambiagi.
Apesar de lançado em 2015 este livro permanece muito atual, evidenciando que ao longo das últimas décadas as principais características da economia brasileira permaneceram inalteradas.
Apesar de escrita por um economista esta obra não é destinada a economistas, muito pelo contrário, o autor fez questão de usar uma linguagem que permite a qualquer pessoa compreender os argumentos apresentados, interessar-se pelo tema e principalmente entender as mazelas do capitalismo à brasileira, que travam o nosso crescimento econômico e o desenvolvimento do país.
Dividido em três partes, temos inicialmente uma apresentação da mentalidade da nossa sociedade, que aprecia os prazeres oferecidos pelo capitalismo ao mesmo tempo em que deseja o governo protetor, que oferece todo tipo de segurança ao cidadão e que assim cria um Estado caro e ineficiente.
A segunda parte mostra seis aspectos em que falhamos terrivelmente. Começando pelo que Giambiagi chama de analfabetismo financeiro, que se resume no baixíssimo conhecimento do brasileiro sobre finanças, o que faz com que ele tenha uma péssima gestão do seu próprio dinheiro.
Outro ponto importante em que pecamos é na falta de foco em produtividade, o autor deixa muito claro que se queremos crescer e nos transformarmos em uma nação desenvolvida precisamos aumentar muito a nossa produtividade, o que passa pela qualificação da mão-de-obra, mas também pela eliminação de uma série de burocracias e entraves que nos fazem caminhar a “passos de cágado”.
Outro ponto que merece destaque na segunda parte e o discurso de que temos uma imprensa golpista, que deseja sabotar o governo e sobre este tópico vale a pena reproduzir literalmente o pensamento do autor: “Quando algumas teses não conseguem ser implementadas por parte dos grupos radicais que ascendem ao Poder e se defrontam com os limites impostos pela realidade, é prática corriqueira tentar acusar os outros”. Neste caso a imprensa, que na visão de Fábio é um instrumento valioso para a transparência das ações do governo.
Por fim, na terceira parte temos as propostas para levar o país ao verdadeiro capitalismo, dentre as quais destaco:
- Estímulo à competição e a meritocracia, abolindo a proteção do Estado a determinados setores da economia, sobreviverá quem for mais eficiente.
- Aumento da poupança interna para promover o crescimento econômico.
- Fomentar a inovação, o desenvolvimento tecnológico e o surgimento de novos negócios que substituirão os que não se atualizarem.
- Redução do custo da mão-de-obra fazendo com que os ganhos e benefícios sejam proporcionais à eficiência de cada trabalhador.
- O Estado deve gerar melhores oportunidades para a população, principalmente a mais pobre, através da oferta de educação e saúde de qualidade.
Esta obra traz muitas reflexões sobre a política e a economia nacionais e sua análise mostra a necessidade da sociedade brasileira mudar a sua mentalidade, pois só quando adotarmos uma postura capitalista iniciaremos a transformação do Brasil em um país verdadeiramente capitalista.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB.
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