segunda-feira, 30 de maio de 2022

Anahp destaca a importância da análise de dados e a sinistralidade no setor de saúde

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), diante do momento econômico, aponta dois fatos que pareceriam indicar um incremento nos níveis de sinistralidade nos planos de saúde e um aumento de 27% nos custos hospitalares.

Segundo a instituição, as duas informações precisam ser bem analisadas e comunicadas com maior cautela. A sinistralidade (despesas assistenciais pelas receitas de contraprestações) das operadoras médico-hospitalares passou de 76,2% em 2020 para 86,2% em 2021, resultado de um aumento superior das despesas assistenciais (aumento de 24,3%) em relação à receita de contraprestações (aumento de 10%). Cabe interpretar esses números.

Segundo Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, uma análise simples dos dados históricos mostra que a exceção em termos de sinistralidade não está na sua elevação em 2021, mas, sim, na redução em 2020. “Como é de conhecimento de todos, em 2020 houve queda das despesas assistenciais em função do adiamento de procedimentos eletivos causado pela pandemia. Na série histórica fica claro que 2020 foi a exceção, não 2021”, alerta o executivo.

Britto afirma, ainda, que na mesma tabela pode-se concluir, sem dificuldades, que em 2021 a sinistralidade voltou a patamares históricos, passada a fase mais aguda da pandemia. Obviamente são necessárias medidas que evitem desperdícios e custos desnecessários em todo o sistema de saúde suplementar. “Este fato, verdadeiro, não significa, porém, que estejamos em 2021 diante de algo excepcional”.

A outra notícia, de acordo com o diretor, aponta que o VCMH (variação do custo médico hospitalar) foi de 27,7% para o período de 12 meses, encerrado em setembro de 2021, relativamente aos 12 meses encerrados em setembro de 2020. Novamente aqui, é necessário cautela: a elevação de 27,7% deve, em primeiro lugar, encontrar explicação no fato de que em 2020 o VCMH tivera uma queda de 3,1%, pela mesma razão anterior: a pandemia.

Em segundo lugar, vale sempre lembrar: a metodologia do índice VCMH, do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), considera uma amostra que representa 8% do total de beneficiários de planos individuais do país. No entanto, a maior parcela de beneficiários se encontra em planos coletivos (69% do total, segundo a ANS, em março/2022). Portanto, aquele índice não reflete em seu cálculo a variação das despesas dos planos coletivos, estes, sim, majoritários para qualquer cálculo que pretenda ser a expressão de toda a realidade dos custos hospitalares.

Os dados oficiais de inflação (IPCA) divulgados pelo IBGE, não vão ao encontro dos resultados observados pelo VCMH: a inflação geral no ano de 2021 foi 10,06%, sendo que o nível de preços de saúde e cuidados pessoais registrou um aumento acumulado no ano de 3,70% e encontra-se entre os grupos com menor variação de preços, abaixo do índice geral.

O resultado dos indicadores acompanhados entre os hospitais associados à Anahp também não reflete a variação de custos apontada pelo noticiário. Ainda de acordo com Britto, “é comum que em momento de crise busquem-se explicações ou justificativas que evitam analisar as causas estruturais e mais profundas dos problemas. Este, porém, não é o melhor caminho nem para resolver os problemas, nem para manter-se a indispensável integração entre os diversos segmentos de uma mesma cadeia de serviços em saúde.”

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