segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Emendas Pix devem chegar a R$ 10,6 bilhões em 2023

O Congresso aprovou um dispositivo na Lei Orçamentária Anual (LOA) autorizando deputados e senadores a mudar suas emendas de lugar durante o ano que vem. A única exigência é que metade seja destinada à saúde. Dessa forma, as emendas Pix podem chegar a R$ 10,6 bilhões em 2023.

Emendas Pix é quando é feita uma transferência direta de dinheiro da União para a conta do estado ou município. Antes os recursos oriundos de emendas parlamentares deviam ter finalidade específica e eram direcionados por meio de convênios. Esse tipo de instrumento vinculava o repasse do dinheiro ao atingimento da finalidade prevista. Mas, agora, a verba vai direto para o beneficiado, para ser usada de forma livre.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), é um dos adeptos desse modelo. Ele indicou R$ 9,85 milhões em emendas Pix para municípios de Alagoas em 2023. Com a PEC, o valor vai saltar para R$ 16 milhões.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez o mesmo. Emplacou R$ 7,7 milhões para Minas Gerais e agora terá R$ 23 milhões.

Em 2020, no primeiro ano de existência, as emendas Pix somaram R$ 621 milhões e atenderam 137 parlamentares. Para 2023, o valor aprovado pelo Congresso saltou para R$ 6,7 bilhões após a aprovação da PEC, com indicação de 507 congressistas, ou seja, 85% do Legislativo.

Até o momento, não está claro quem deve fiscalizar esses recursos. O papel de fiscalização é motivo de um impasse entre órgãos de controle. A mudança na Constituição aprovada em 2019 para criar essas emendas não criou nenhum instrumento formal de prestação de contas e fiscalização.

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