(Foto: Larissa Farber/Pexels)
Neste domingo (16) é o Dia Mundial do Pão. Classificado como ‘extraordinário’ e ‘espetacular’ por analistas de mercado, a disparada do setor de pães industrializados entre 2019 e 2021 se tornou um movimento consolidado na escolha dos consumidores.
A presença de pães industrializados na mesa do brasileiro resistiu à alta da inflação, dos combustíveis, à Guerra na Ucrânia que afetou o trigo e aos impactos no comércio por conta da pandemia. É isso que mostra o levantamento feito pela Kantar WorldPanel encomendado pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI).
Claudio Zanão, presidente-executivo da ABIMAPI explica que os produtos que atendem a ocasião de consumo mais familiar sofreram menos em 2021, mas especialmente a categoria de pães industrializados foi a que mais cresceu durante a pandemia.
De acordo com a ABIMAPI, em 2019 foram consumidas 541 mil toneladas de pães industrializados no Brasil, no ano seguinte o total subiu para 612 mil toneladas e finalmente em 2021, as indústrias de pães movimentaram um total de R$ 9,5 bilhões – receita 18,4% a mais que em 2020 (R$ 8,1 bilhões) – resultante da venda de 648 mil toneladas de produtos, com crescimento de 5,9%.
A ampliação da variedade de pães industrializados foi decisiva para que a categoria ganhasse espaço no mercado. Outros dois fatores fundamentais foram a disponibilidade dos produtos, com o fechamento das padarias, e o aumento da longevidade, estendendo a data de validade do queridinho das despensas.
Os dados da Kantar apontam que em 2021 o grande destaque foram as bisnaguinhas, a categoria cresceu 7% em volume e registrou um aumento super expressivo em penetração, de 44% dos lares para 48%. “Este tipo de pão atende principalmente as famílias com crianças, com a volta às aulas”, pontua Zanão.
Já os pães tradicionais (pão de forma branco) representam maior parte do volume e valor da categoria e são os que mais contribuem para alta de 6,1% em valor do total pães. A classe D/E aumentou o consumo de pães no período e contribui positivamente em volume. Quanto a faixa etária, os shoppers de 50+ mantém-se como principais.
Entre as regiões mais importantes para o volume da categoria como um todo estão Sul (19%), Leste+IRJ (17%) e Gde. SP (19%). Quando analisados os canais de compra, os supermercados perdem espaço para varejo tradicional e atacarejos, mas mantém-se como principal canal.
Ao longo de 2021 e neste ano, o consumidor acabou buscando soluções mais práticas, como o pão de forma. “O brasileiro, nos primeiros meses de pandemia, cozinhava mais, mas isso não durou muito. Passados os primeiros meses e percebendo que a situação era mais crítica, ele voltou a buscar praticidade”, explica Zanão.
Até o final deste ano a expectativa é de um crescimento médio de 3% a 4% em volume e de 6% a 7% em faturamento. “Começamos 2022 com sinais de reaquecimento da economia proporcionado pela vacinação, porém o brasileiro ainda enfrenta os impactos econômicos trazidos pela pandemia”, conclui Claudio Zanão.
Sobre a ABIMAPI:
Uma das maiores associações alimentícias do País, a ABIMAPI representa 114 empresas que detêm cerca de 80% do setor e geram mais de 100 mil empregos diretos. Só no Brasil, responde por um terço do consumo nacional de farinha de trigo. Como interlocutora junto ao governo, à mídia, a pesquisadores e às demais entidades, sua missão é fortalecer e consolidar as categorias de biscoito, macarrão, pão e bolo industrializados nos cenários nacional e internacional
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