Presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar (foto: Filipe Scotti)
No debate que Santa Catarina e o País fazem neste segundo turno, os eleitores e os candidatos precisam ter em mente uma grande oportunidade: o impulso que a indústria pode dar a nossa prosperidade.
O setor emprega diretamente mais de 800 mil trabalhadores em Santa Catarina e recente estudo da FIESC mostra que para cada posto de trabalho na indústria, são geradas outras 1,6 vagas. Ou seja, o setor já é o coração econômico de Santa Catarina, mas pode acelerar ainda mais o nosso desenvolvimento e, por consequência, a qualidade de vida de quem vive aqui. Isso porque mudanças na conjuntura externa ao longo da última década se aceleraram drasticamente com a pandemia e com a guerra na Ucrânia.
Agora o mercado internacional busca fornecedores de produtos mais próximos geograficamente ou que sejam mais confiáveis e alinhados politicamente. Está em curso uma redução dos níveis de globalização, que tiveram seu ápice em 2008, com forte concentração da produção para as cadeias globais na Ásia, em detrimento das indústrias nos demais países. Naquele ano, o valor das transações internacionais de serviços e produtos correspondeu a 61% do PIB global. Mas em 2020 esse valor caiu para 51,6%.
O mundo se deu conta da importância estratégica da indústria e os países passaram a buscar a reindustrialização. A dificuldade de suprir até produtos básicos, como máscaras, que eram importadas da China, acendeu o sinal de alerta, que passou do amarelo para o vermelho com a guerra na Ucrânia. A desorganização das cadeias globais, com falta de produtos e insumos, gerou inflação, num processo de desabastecimento que ainda não está totalmente equacionado.
Neste cenário, a competência da nossa indústria posiciona Santa Catarina como uma alternativa confiável e de qualidade para oferecer ampla gama de produtos ao mercado global. Se implantarmos uma consistente política industrial e retirarmos amarras que prejudicam a competitividade do Brasil, como o complexo sistema tributário; reduzirmos o tamanho do Estado; e especialmente no caso catarinense, melhorarmos a infraestrutura de transporte, podemos aproveitar esta oportunidade única para promover um verdadeiro salto de desenvolvimento. A reindustrialização é uma agenda que precisa ser central nos programas de governo de quem assumir o comando do País e do Estado a partir de janeiro de 2023.
*Artigo de Opinião – Por Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC).
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