Entre as várias mudanças provocadas pela pandemia causada pelo novo coronavírus estão as do mundo do trabalho. Durante o período mais agudo de isolamento social, boa parte dos trabalhadores realizaram suas atividades de maneira remota. Com maior participação no mercado, a chamada geração Z (que inclui os nascidos a partir de 1995) tem concepções diferentes em relação ao mundo do trabalho.
“Para eles não faz sentido sair correndo para pegar o metrô, chegar suado ao local de trabalho e bater cartão. E quando fazem isso, depois saem para tomar café”, disse o professor de Direito Sólon de Almeida Cunha, em reunião do Conselho Superior de Relações do Trabalho (Cort) da Fiesp, realizada na terça-feira (7/6), sob a direção de Maria Cristina Mattioli, que preside o Conselho.
A advogada Fabíola Cavalcanti, do escritório Tozzini Freire Advogados, vai além em relação ao tema. “A questão nem é se o cara tem que pegar o metrô e bater cartão. Ele nem quer nem pegar o metrô”. Isso ocorre porque a nova geração preza pela cultura do bem-estar das relações de trabalho. E, para esse público, o trabalho precisa ter propósito.
“Caso contrário o profissional não vai. E os operadores do Direito precisam captar essa mudança de mentalidade, ou estaremos fadados ao fracasso”, explicou Cavalcanti, para quem a pandemia apenas acelerou as possibilidades de execução da atividade laboral. “A CLT hoje já não é mais suficiente. Precisamos avançar nas relações e reinventar o sistema de proteção aos trabalhadores”, defendeu.
A justificativa é de que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já não cobre toda a população economicamente ativa. “São 76 milhões de pessoas fora do mercado formal de trabalho. E a nova geração tem um jeito diferente de pensar, com outras motivações. Ela quer desenvolvimento pessoal e profissional, a ponto de criar essa teoria do Capital Sustentável”, pontuou Almeida Cunha.
Em um cenário em que os millennials (nascidos entre 1980 e 1995) representam 52% e a geração Z, posterior, 26% do mercado de trabalho, as formas de burlar a CLT são manifestações de desobediência civil, chamada por ele de revolução silenciosa.
“Muitos jovens dessa geração não querem mais ser ‘empregados’ e estão buscando outras formas de trabalho. Logo, isso implicará impacto direto na legislação do trabalho, que deve ser flexível o suficiente para atender às necessidades dessa nova classe de trabalhadores”, lembrou o conselheiro do Cort.
Luciana Tornovsky, do Demarest Advogados, apontou o crescimento do empreendedorismo no Brasil, motivado principalmente por uma das maiores crises sanitárias e econômicas. “As pessoas se viram forçadas a buscar meios de recomposição da renda, e isso levou o país a ter o maior número de empreendedores da história. Os microempreendedores individuais foram os que mais cresceram, com 2,6 milhões de registros em 2020”, contabilizou.
Mais impactadas pela crise, mulheres e pessoas negras lideram as estatísticas de empreendedorismo, sendo a vertente digital a que mais se destaca. A facilidade de acesso ao crédito e de lidar com as novas tecnologias ajuda a explicar o fenômeno, para a especialista. “Inovação e tecnologia está diretamente relacionada à população mais jovem, e o empreendedorismo digital é uma tendência que veio para ficar. 20 anos atrás o e-commerce era algo do futuro. Hoje, principalmente depois da pandemia, é essencial para quem busca alternativas”, finalizou n
A Informação é da Agência FIESP.
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